O autoconhecimento é a abertura e o desenlace da sua liberdade
- Tai Cruz
- 8 de fev. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 21 de set. de 2020
Nós podemos fazer desse texto uma experiência diferente. Se você quer mergulhar fundo no tema, leia ouvindo a música Right to be wrong (Jess Stone). Tô ouvindo agora enquanto escrevo. Ahhh, aproveita pra traduzir a letra depois, o esforço valerá a pena! ♥

Quando eu penso em liberdade, me transporto para infinitas possibilidades. Entretanto, quando alguém me sugeriu escrever sobre tal, eu não sabia nem por onde começar. Eu diria que conheço a sensação, o sentimento. Que sei exatamente o momento em que ela se revelou para mim, mas não fazia ideia de quais palavras usar, tamanha a responsabilidade. A dúvida que rondava meus pensamentos noturnos era sempre a mesma: De qual conotação de liberdade eu quero falar? Poderia ser sobre liberdade poética, científica, social, religiosa, sexual, da nudez ou de gênero (entre tantas outras). Pra minha surpresa, foi vendo um episódio de uma série na Netflix (Luna Nera), que intuitivamente eu ouvi a resposta.
"O primeiro e o maior de todos os poderes, é saber quem você é". O autoconhecimento é a abertura e o desenlace da sua liberdade. Antes de começar, quero que saiba que essa é uma jornada contínua, revolucionária, intensa e as vezes assustadora. Acho que dá pra passar a vida nessa missão e ainda sobrar para outras (risos). Terá que lidar com os medos e as sombras, das quais tem se escondido. É preciso adentrar às cavernas mais escuras para distinguir o medo, o aviso, o desejo e a intuição. Tem muita ferida pra curar, comportamento tóxico para desconstruir, mas também tem muita roda pra dançar, poesia pra acalentar e arte pra criar.

Pequenas mudanças se convertem em grandes poderes. E a única coisa que posso te garantir é que, demore o tempo que for, se libertar do controle patriarcal é transformador. Com o passar dos anos, o controle nos afasta da nossa criança interior, e com ela, perdemos nossa espontaneidade, persistência e criatividade. Conheça sua mente, corpo e coração; e ao ouvir sua própria voz, você terá a oportunidade de resgatar esses valores e a liberdade perante os julgamentos de opinião. Verá que o autoconhecimento é muito mais do que uma simples cura espiritual, é um ato político.
Não precisa ter medo. Re-significar as coisas pode ser doloroso, mas é bem melhor do que viver de tentativas frustradas de se encaixar ou se transformar naquilo que não é. É o passo mais importante para abandonar as crenças e padrões limitantes que te impedem voar alto. Quem ou o que nós somos, é bonito, digno de amor e nos cerca de pessoas com os valores alinhados com os nossos. E a partir disso, você pode reavivar partes do seu corpo que há muito adormecem. Experimentar a emoção nos pequenos detalhes, e aos poucos vibrar quando o mais simples te toca.

Era fim de 2015, quando eu senti pela primeira vez. Começou quando resolvi parar com o anticoncepcional, e os hormônios me inundaram com a potência de um turbilhão. O tantra diz que a energia sexual é o nosso elixir da vida. E foi exatamente o que eu senti, a vivacidade de quem prova algo pela primeira vez.
Ao mesmo tempo, eu precisava decifrar aquela enxurrada sublime de sensações. Foi aí que eu atravessei o portal. Bebi de diversas fontes, estudei o conhecimento ancestral que os livros acadêmicos não oferecem. Descobri que meu corpo é cíclico, e é meu, que meu sangue não é sujo, é renovação, que a voz que sopra dentro de mim, é real e carrega a experiência das mulheres que vieram antes. Experimentei (e ainda experimento) ferramentas que acessam a história que eu não conheci, mas que faz parte de quem eu sou. E que me ajuda a conhecer os desejos mais profundos que existem em mim.

Essa é uma história que só você pode escolher contar. Posso não saber o final, mas a passagem está gravada na minha pele, para que eu jamais esqueça, de onde eu vim e quem eu sou. A lótus é a flor sagrada, que nasce na lama e cresce sobre a água, desenhando a sabedoria ancestral, força, capacidade, evolução, e a fertilidade. É representada como um broto parcialmente aberto, para que eu me lembre de que o conhecimento é fluído e contínuo. A lua simboliza a fêmea reconhecidamente selvagem; a atração, a aceitação do feminino, da ciclicidade e da renovação. E essa não seria uma experiência completa se não houvesse a poesia:
Vivo num embalo entre a lua e o sol. Oriunda das índias, negras, brancas e bruxas cuja sabedoria ancestral fogueira nenhuma é capaz de apagar. Escrevo nas entrelinhas para não esquecer e para deixar a trilha iluminada com rastros, para as outras que virão.
Notas mentais: Esse texto não tem o intuito de te convencer de algo. Ele nasceu pra te desejar que, independente das suas escolhas, da fase em que você esteja ou da sua religiosidade, a sua voz seja autêntica e leal a você mesma. E para que não reste dúvidas de que a maior liberdade que existe, é a liberdade de saber quem você é. Desperta!
Com amor, Tai ♥ #autoconhecimento #liberdade #sagradofeminino #enguicocomfeitico
Você faz parte de tudo isso, Mari! Crescemos juntas! Te amooo
Garota... É tão incrível ter acompanhado você até aqui e ver o quanto evoluiu. Obrigada pelas palavras, obrigada por crescer e me ajudar a crescer a cada dia. Te amo! 💛